Blog

Cortar o feijão da dieta pode aumentar obesidade?

Estudo UFMG: cortar feijão da dieta pode aumentar em 20% a chance de desenvolver obesidade

O feijão não é só uma comida típica brasileira, é também um alimento importante para a saúde. É nutritivo, rico em ferro, cálcio e vitaminas e fonte de fibras.

Dados do IBGE apontam que, em 16 anos, o consumo médio de feijão caiu mais de 50% no Brasil.

Uma pesquisa da Faculdade de Medicina da UFMG, com base em dados do Ministério da Saúde, revela que, até 2025, mais brasileiros devem deixar de comer feijão de forma regular. Essa pesquisa quis avaliar a Tendência temporal no consumo alimentar tradicional de feijão no País e sua relação com o estado nutricional da população adulta brasileira, teve uma amostra de 572.675 brasileiros adultos e foi publicada em 2022. As projeções estimadas indicaram uma possível inversão no ano de 2025, onde o consumo não-regular de feijão será o mais frequente na população (mais pessoas não consumindo do que as que consomem feijão de forma frequente).

A tendência de queda no consumo alimentar tradicional de feijão revela sua fragilidade alimentar. Estima-se que, em 2025, seu consumo não será o hábito predominante no País com prejuízos à saúde populacional.

Uma pesquisa da Faculdade de Medicina da UFMG teve como objetivo analisar a associação entre consumo tradicional de feijão e os desfechos de ganho de peso e indicadores do estado nutricional (excesso de peso e obesidade) na população adulta brasileira das capitais dos Estados e do Distrito Federal, entre os anos de 2009 e 2019.

Essa pesquisa realizada com mais de 500mil pessoas (utilizando dados da VIGITEL) revela que deixar de comer feijão está associado ao ganho de peso. O estudo mostrou que o grupo que não consumiu o produto teve 10% mais chances de desenvolver excesso de peso e 20% mais chances de desenvolver obesidade. Por outro lado, o consumo regular de feijão, em cinco ou mais dias da semana, apresentou fator de proteção no desenvolvimento de excesso de peso (14%) e obesidade (15%).

A frequência de consumo semanal de feijão foi fragmentada em indicadores: não-consumo (zero dias por semana), baixo consumo (um a dois dias por semana), consumo moderado (três a quatro dias por semana) e consumo regular (cinco a sete dias por semana). A análise mostrou que o consumo regular de feijão é o mais indicado para um bom estado nutricional.

Só lembrando que não existe um determinado alimento que “emagrece” ou “engorda”, mas todo o contexto.

Granado FS, Maia EG, Mendes LL, Claro RM. Reduction of traditional food consumption in Brazilian diet: trends and forecasting of bean consumption (2007-2030). Public Health Nutr. 2021 Apr;24(6):1185-1192. doi: 10.1017/S1368980020005066. Epub 2020 Dec 14. PMID: 33314999; PMCID: PMC10195620.