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Posicionamento da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre utilização de Adoçantes! Causa câncer?

Primeiro em 15 de maio de 2023:

A OMS emitiu um posicionamento, sugerindo que adoçantes sem açúcar não sejam utilizados com a finalidade de controle de peso ou redução do risco de doenças crônicas, como diabetes mellitus (DM) e doenças cardiovasculares. Entre os adoçantes citados e estudados estão incluídos o acesulfame, aspartame, ciclamatos, sacarina, sucralose, estévia e seus derivados, entre outros. Xilitol e eritritol não foram incluídos pela escassez de estudos realizados até o momento.

Não demorou muito para saírem todo tipo de notícia atravessada nas mídias e surgir a pergunta no consultório: Mas qual faz mais mal a saúde, AÇÚCAR ou ADOÇANTE?

Precisamos ressaltar vários pontos sobre o posicionamento da OMS:

1- A recomendação foi direcionada principalmente aos responsáveis por elaborar políticas de saúde, como governos, por exemplo, e deve ser interpretada com cautela, principalmente para medidas individuais.

2- Adoçantes  geralmente são comercializados para auxiliar na perda de peso ou manutenção de peso saudável, mas em geral estão presentes em alimentos ultraprocessados, que podem ter outros componentes pouco saudáveis. Há fortes evidências de que a elevada ingestão  de alimentos ultraprocessados esteja associada ao excesso de peso e à obesidade.

3- A OMS concluiu que não foi confirmada a eficácia a longo prazo dessa substituição para a redução de peso corporal. Vale ressaltar que a OMS NÃO RECOMENDA que as pessoas que ingerem adoçantes substituam seu uso por açúcar, e sim por alimentos mais saudáveis e menos processados. Esta recomendação também NÃO INCLUI NENHUMA ORIENTAÇÃO quanto ao uso destes adoçantes para pacientes com diabetes mellitus (DM) visando controle da glicose nem recomenda que pessoas com DM passem a ingerir açúcar.

A Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO) em seu Posicionamento sobre o Tratamento Nutricional do Sobrepeso e da Obesidade publicado em 2022 afirma que não há evidências conclusivas sobre a perda de peso apenas com uso de adoçantes, sem escolhas alimentares saudáveis acompanhada de déficit calórico.ABESO Posicionamento sobre o Tratamento Nutricional do Sobrepeso e da Obesidade.

 

Depois , no dia 13 de julho de 2023:

A OMS em associação publicou uma revisão a respeito da segurança do uso do adoçante artificial ASPARTAME, em especial sobre a associação do seu uso com o risco de câncer.

O aspartame foi incluído na classificação do Grupo 2B para o risco de câncer,, passou a ser considerado possivelmente carcinogênico para seres humanos. As evidências disponíveis foram consideradas limitadas para estabelecer uma relação de risco maior. Há estudos em animais que estabelecem a relação do uso de aspartame com o desenvolvimento de câncer, contudo os estudos apresentaram limitações metodológicas e utilizaram doses muito superiores às utilizadas por seres humanos

Não há evidências que sugerem que devemos modificar a dose considerada segura do aspartame, já determinada anteriormente, de 40mg/kg, ou o equivalente a ao menos 12 latas de refrigerante não calórico ao dia ou ao menos 60 sachês de aspartame comumente comercializados. Contudo, faz-se importante a realização de mais estudos para o maior esclarecimento da possível associação entre o consumo de aspartame e o desenvolvimento de câncer (principalmente de fígado).

 

A recomendação entre utilização de adoçantes e açúcares, continua sendo a mesma: PREFERIR ALIMENTOS IN NATURA e MINIMAMENTE PROCESSADOS!